sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Tempestade


Podia ser uma tempestade de areia, e talvez seja
Um monte de pensamentos aglomerados, esfarelados, soltando os próprios pedaços pelo chão
Raios e ralâmpagos, iluminando tudo, iluminando o mundo, só por dois segundos
E tudo volta a ser escuridão...
Tudo camuflado em meio a imensa desilusão
Vá, busque sentido nesses dias anunciados
Eu vou dizer que não estarei ao seu lado
Deixarei você sozinho no escuro
Quem sabe assim se aprende que sofrer não é amar demais
 Chuva. 
Lá vem a chuva. E ela vem desfazendo meu rosto no espelho.
No meio de tantos corpos mutilados pelo chão, você está alí sentado ouvindo a velha canção
Pensando que podia ter tudo nas mãos...
Que poderia manipular os fatos
Não funcionou.
A tempestade veio sem você querer. Ou talvez você até a tenha desejado.
E ela veio arrasar com tudo
Veio colocar tua casa no chão
Pra te deixar sem lar, sem ter pra onde voltar, sem ter com quem falar...
Ela destrói tudo.
Vento..
O vento veio levar teus sonhos pela mão
Pra um lugar alto, longe, onde você não sabe a direção
E ele levou com um sorriso nos lábios
Um sorriso de quem te corta a carne e te queima as vísceras
E ele se foi...
Te deu um ultimo olhar de despedida
Sorrindo.. sorrindo...
Mandou teu sonho mais lindo acenar um ultimo adeus
E se foi..
E no fim da noite, quem ficou foi você.
Parada em meio ao nada que restou
Em meio aos estilhaços do que sentiu
Caiu de joelhos ao chão e chorou
Por perceber que a tempestade também partiu
Partiu as horas, partiu o tempo
Partiu a história e te deixou apenas o fim, do que há poucos segundos estavamos perdendo.

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