sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Here comes the sun'


O sol veio bater a minha janela logo pela manhã. 
Veio me dizer que tudo começa outra vez, pra denovo terminar no fim do dia. 
E ele veio, cheio de prepotência, cheio daquela arrogância que só ele consegue exibir tão sutilmente. 
Abriu as frestas da minha cortina, olhou-se no espelho do meu quarto, e veio então de encontro a mim. 
Veio me tocar a face, talvez me fazer carinho, pedindo que eu acordasse.
E foi assim. 
Abri os olhos quase a contragosto, espreguiçei o corpo inteiro, brinquei com as cobertas, mexi nos cabelos... e fui aos poucos despertando. 
E ele continuava alí me olhando. 
Parecia me sorrir em raios de luz suave. 
Parecia me anunciar o roteiro do dia. 
Me disse que só por hoje, vou estar em paz. 
Porque ele vai estar em todo lugar, talvez velando meus atos torpes. 
Talvez bloqueando meus pensamentos rotos. 
E agora, enquanto escrevo estas palavras, ele da janela me espia. 
Traz o vento para animar este quarto tão silencioso. 
E venta... e aqui se vê. 
Onde tudo parece ganhar vida aos poucos, imitando folhas bailarinas das árvores de outono.
E hora de sair lá fora. 
É hora de ir ver o sol. 
Não tarda, ele logo se vai.
Mas só por hoje, eu vou deixar que o caminho seja iluminado.


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