sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A letter to you'


Uma carta. 
Mal escrita, mal resolvida, cheia de erros, cheia de exageros. 
Te escrevo esta carta para dizer, que de todas as pessoas que eu sempre quis, você foi a que mais desejei.
E desejar deveria ser considerado um pecado capital.
Te escrevo estas linhas, para te dizer que não foi sempre assim.
Algumas vezes eu fui dona de mim, algumas vezes eu esqueci de te lembrar.
Nestas palavras perdidas que ninguém nunca há de ler, ficam os meus anseios, pequenos prazeres que guardei para as noites de muita angústia.
E se acaso nos cruzarmos em alguma nova esquina, finja não me conhecer, para que eu não tenha a aflição de ter que lembrar o que nunca esqueci.
Por todas estas horas que perco debruçada sobre estas folhas brancas, eu vou deixando em cada canto um resto de esperança. 
De que a vida se faça diferente. 
De que uma surpresa me desperte os olhos.
Por estas linhas tortas, despejo desabafos sem sentido, que nem você nem ninguém poderia entender.
Mas que diferença faz? Não precisamos mais disso.
Esta carta leva o perfume de todos os momentos que vivi, e em algum lugar você vai encontrar um pingo solto de sangue que derramei, quando distraída, me cortei.
Te entrego flores mortas, mas não as desdenhe, elas nunca perdem a beleza mesmo que demonstrem nada mais do que apatia.
Sem envelope, eu vou deixar as folhas dobradas encima da cama, antes de sair.
E se eu não voltar mais, leia.
E me sussurre baixinho o que você pensou.
Eu vou estar te ouvindo. 
Como sempre.
Te dedico estas letras, só para te lembrar de tudo o que se foi.
E para não te deixar esquecer, do que um dia podia ter sido.
Então durma em paz. Fique bem.
Guarde os papéis no bolso,... antes de sair me dê um último olhar.


E saiba que te amo.


[fim]

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