Ela inventou ele.
Ele inventou ela.
Reinventaram-se, um para o outro, por puro egoísmo, por mero cinismo.
Talvez já tivessem se visto.
Em sonhos...
E nos sonhos, ela dizia que os cabelos dele tinham cheiro de primavera.
Ele, dizia que ela lhe entregava pedaços de papel mal escritos.
Ela queria vê-lo.
Ele queria tocá-la.
E inventaram assim estrelas por acaso, num céu perdido entre o espaço e o pensamento.
Um céu perdido entre o infinito e as letras bem desenhadas de cartas trocadas.
E por alí eles bailam.
Abraçados, distantes, não se tocam e também não se separam.
E como se fosse verdade, criam histórias de suas próprias vidas inventadas.
Inventam...
Inventam e acreditam.
E esperam...
Porque esperar é o consolo dos covardes.
Daqueles que se deixaram levar pela estranha melancolia de viver sem ter um estúpida razão.
E de não encontrar um algo porquê morrer.
E seguem assim.
E caminham entre estas promessas desenhadas... entre palavras trocadas...
Cultivam um jardim de sonhos.
Porque a vida é um jardim onde somos flores.
Flores que nascem e morrem no fim de uma mesma estação.
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