"Hoje como todos os outros dias era para eu ter morrido, ter sido levado nas asas dos
Anjos da morte através dos ventos mais antigos para uma terra desconhecida, para onde
o inexplicável se perde e o inesquecível ganha a mesma forma do esquecível em paradoxais espelhos vazios..
Anjos da morte através dos ventos mais antigos para uma terra desconhecida, para onde
o inexplicável se perde e o inesquecível ganha a mesma forma do esquecível em paradoxais espelhos vazios..
Hoje como todos os outros dias, eu pensei no abismo que é sentir, e viver isto talvez tenha me aberto os olhos em frente a todos aqueles rostos desconhecidos, alí mortos, presos ao tédio de saberem que um dia existiram.
"Silêncio!" gritava-me o Silêncio...
E eu não o compreendia...
Todos os mesmos rostos, os mesmos mortos, o mesmo tédio que se repetia, rezava de joelhos aos meus pés... E eu por nada sentir olhava-os indiferentes, porque não compreendia o idioma de suas orações... Aquele exército de anjos tortos, medindo esforços pra me fazer acreditar que de nada adianta o choro, as flores e velas... Aquela cruz que alguém carregou, e esqueceu pelo caminho... Aquelas moradas onde só o nada habita...
Silêncio...
Foi tudo o que restou.
Mesmo em meio a multidão de corpos, mesmo em meio as ondas que o vento sem direção, soprou.
Mesmo em meio a multidão de corpos, mesmo em meio as ondas que o vento sem direção, soprou.
Só hoje... mesmo em meio a tudo isso... embalado pelos mesmos ventos cruéis e sanguinários, torpes e sinistros que sem direção sopravam eu vi algo...
Só hoje... em meio a solidão de quem nunca ví, em meio ao sofrimento de quem nunca conheci, eu senti algo...
Eu senti que apesar de existir coisas incompreensiveis a mim, de apesar de haver coisas que nunca se concretizarão... Eu ainda vivo! Estou a viver, sem estes motivos exigidos pela vida, pela morte, pelo espírito e pelo mundo... Sem um prazo... ou com um prazo... Já terei morrido ali, há uma lápide com meu nome no congelado rio que é o tempo...
Não sei... estou lá, mas onde estou agora?...
Estou no meio de tudo, no centro do mundo, entre os vivos e os mortos. Estou onde deveria estar, talvez não no meu verdadeiro lugar, mas onde eu sei que os dias podem fazer algum sentido.
E que sentido é este? Escrito em cartas que nunca mandei, rabiscado em muros de ruas que nunca passei...
Este sentido que busco em toda parte.
Estas horas que desperdiço sem saber que ainda não é tarde, pra quem sabe um dia ainda viver... pra quem sabe... sonhar... ou apenas...sentir..Ah! Quanta coisa ainda poderia contar ou escrever e gravada esta história seria nas páginas das poeirentas páginas que guardam a infinita história do universo, mas cansaço... é o demônio que por aqui vagueia... E ele pede com aqueles olhos famintos, pede como as garotas com armas apontadas para a cabeça suplicam em meus sonhos mais sombrios: "Põe-me para dormir?"...Pois as mesmas palavras que nos tiram o sono, nos darão os sonhos. Pois eu desejo que talvez pelos próximos 17 minutos, fiques a pensar, que talvez pelos próximos 17 dias, fiques a imaginar e talvez pelos próximos 17 anos, ainda te lembres das linhas que tuas mãos soltaram pelo ar desta noite. Que falavam da morte, do destino, da sorte de quem nada sente, da tristeza de quem muito ama... que as idéias ainda que vagas aos outros, sejam infinitas em nós...
Este sentido que busco em toda parte.
Estas horas que desperdiço sem saber que ainda não é tarde, pra quem sabe um dia ainda viver... pra quem sabe... sonhar... ou apenas...sentir..Ah! Quanta coisa ainda poderia contar ou escrever e gravada esta história seria nas páginas das poeirentas páginas que guardam a infinita história do universo, mas cansaço... é o demônio que por aqui vagueia... E ele pede com aqueles olhos famintos, pede como as garotas com armas apontadas para a cabeça suplicam em meus sonhos mais sombrios: "Põe-me para dormir?"...Pois as mesmas palavras que nos tiram o sono, nos darão os sonhos. Pois eu desejo que talvez pelos próximos 17 minutos, fiques a pensar, que talvez pelos próximos 17 dias, fiques a imaginar e talvez pelos próximos 17 anos, ainda te lembres das linhas que tuas mãos soltaram pelo ar desta noite. Que falavam da morte, do destino, da sorte de quem nada sente, da tristeza de quem muito ama... que as idéias ainda que vagas aos outros, sejam infinitas em nós...
Nós que vivemos todo tempo, e morremos por toda a vida."
*Texto: Teresa & O Menino das Mil Faces.
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